Thursday, September 07, 2006

a saudade aperta aperta aperta e, antes que me crucifiquem com pregos de ardilosa crítica e fria lógica, lembrem-se da quantidade de músicas sobre o assunto que foi escrita pelos mais rebeldes e indomáveis gênios que a humanidade já conheceu (sim, me refiro também ao sergio reis e ao sidney magal), eles não podem estar errados. claro que, estatisticamente, cocô é nutritivo, mas não temos como ignorar que tantas obras espremidas das dores de um apaixonado devem siginficar alguma coisa. é nobre minha causa, porra! existe o talento e existe o sofrimento; você pode fazer uma música ou para brincar com as notas, os sons, coisa experimental, científica, e from hell, diga-se de passagem (vai me dizer que kraftwerk e vangelis não são obra e graça do demônio?) ou então porque é a única voz que esse corno sufrido tem pra contar a todo mundo o quanto sua amada é marvada e te deixa na mão, literalmente (a partir daí, você começa a tentar inventar essas iniciativas criativas, porque elas evocam um deus que traz carros, apartamentos, mulheres e gargantilhas de ouro com pingentes das meninas superpoderosas. então podemos chamar a repetição sem alma ou sentimento de "ganhar dinheiro" ou, em português, "sandy e júnior"...se bem que aí também é sem talento). é do segundo caso que falo, não me culpem por ter cãibras telepáticas de saudade, nem por ousar escrever sobre elas, ainda mais nesse tom "quero ser clarice lispector", porque eu não tenho outro tom e gostaria sim de ser tão desvairada quanto ela, com aquela melancolia que fede a cigarrilha e poltrona velha. não adianta, sinto saudades e não ligo o quanto isso vá contra a filosofia do amor budista incondicional inatingível intangível improcrastinável e imprestável, que não exige troca e acontece em outra dimensão. em outra dimensão existe um monstro pra lá de engraçadinho no lago ness, o que diabos eu vou querer com amor? em outra dimensão temos unicórnios gente, unicórnios, o pé grande, ratos que não comem queijo, homens honestos, depilação eterna, eu lá vou ligar pra amor? que pelo amor de deus parem de fazer das outras realidades paralelas um depósito de desculpas pra determinadas condutas.
nessa dimensão, nesse exato momento, nessa circunstância, meu amado está longe. de férias de brasília e de mim. e eu queria meu companheirinho de volta.

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