e ela voltou para casa tão corcunda que parecia ainda menor e um tanto mais senil no banco do motorista, debruçada sobre o volante, com a energia e a vivacidade de um rádio sem pilhas, alheia a tudo, nas mãos de nostradamus, boquiaberta e quase babando no vestidinho que combinava com as chinelinhas e a blusinha escolhidas com a ajuda de alguma outra força oculta vinda do passado, provavelmente a mesma que inventou as perucas brancas com cachinhos e as meias por fora das calças da antiga europa. mal sabia ela que ao chegar em casa, sua família e suas coisas não estavam mais do jeito que ela havia deixado ao sair naquela tarde - pais e mobília se transformaram em dinossauros verdes e ferozes que a levariam à morte iminente segundos após plantar o primeiro pé na sala de estar. graur.
engraçado como tem algumas coisas, óbvias, que dão coceirinha dos dedos e me obrigam a escrever. inspira, sabe? talvez naquele mesmo impulso de ver algo legal e tentar fazer igual, o mesmo das moscas vendo as outras comer merda. preciso ser franca. de coração, nunca chegarei a ser uma boa escritora...pelo menos não tão boa quanto minhas referências.
Monday, January 15, 2007
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