Saturday, August 16, 2008

o banho eu tomo sentada. parece que quanto mais perto do chão, melhor, meus tentáculos ganham apoio e relaxo os músculos. eu não sei bem o que fazer, não quero exatamente companhia, mas não quero me sentir sozinha, é como se na tentativa de esquentar o frio com uma lareira, eu tivesse incendiado a casa inteira, e agora, sem teto, eu tenho que passar mais frio do que antes. brasília fica miúda, claustrofóbica perto da altura dos prédios de são paulo. mas é como se são paulo tivesse perdido seus corredores - é um lugar congelado no tempo na minha mente, e não ali acessível a qualquer hora num mapa. foi tanto sangue nos últimos dias que eu sequer sei de outro tom de vermelho, fico revendo a situação, over and over and over and over, vou lá, cavuco a ferida, lembro de cada instante crucial pro desastre. e a vontade de que tenho é de colocá-lo no meu colo e perguntar "me diz, quem foi a criança estúpida que te machucou desse jeito?". mas a resposta sou eu.
sou eu, caralho. não acredito nisso.
eu me dou à inconsequência de querer estar doente pra ver se explico meus desvios de uma maneira mais fácil e menos consciente

me fudi

1 comment:

Anonymous said...

achei....
Me perdoa se estiver invadindo sua privacidade....
But i still love you, i still do.