Sunday, October 23, 2005

pobrescito - signed, sealed, i'm all yours - a.k.a. 'armai-nos uns aos outros'

sabe, eu sou uma daquelas pessoas românticas, das que acham que a cama só serve se for pra dois (não importando-me a mim piadinhas quanto a isso), então saiba você que estou sofrendo. de saudades do meu amor. sim, moramos na mesma cidade, não torcemos pra times rivais (suspiro - ele não gosta de futebol), acontece que temos um muro entre nós (além do muro que me mantém no hospício): o CESPE (e como se já não bastasse esse muro, ainda tem minha ignorância e estupidez que criou um lago com jacarés ao redor dele). temos que passar num tar de possreço seleitivio que já fez muita gente chorar e...é, só isso, só fez muita gente chorar mesmo, nenhuma idéia a mais. o importante é que agora só nos veremos uma vez por semana e alguns almoços, enquanto o ideal seria roubá-lo-la pra meu casa e entopi-lo-lo de comida e felicidade. vale lembrar que em algumas situações ideais não há atrito, e é atrito o que faz todas as pessoas caminharem aqui na terra (seria bacanésimo deslizar, juro)...reclamo, mas reclamo não muito sinceramente. a saudade sufoca e só poderei apertar aquelas bochechas gostosas uma vez ou duas por semana, mas meu deus, não é bem por aí. olhar naqueles doces olhinhos por alguns segundos já é o suficiente pra me manter em pé (eu ouvi alguém recitando clichês aqui?). uma vez por semana, e só um mês, por uma causa justa (apesar de eu achar que causa justa é o abandono de menores, como o meu caso), e tem algo que não se desgruda: o coração apaixonado de uma pollyanna. estamos juntos o tempo todo, querendo você ou não. sou a anta da sua vida, mi amor. mas já falei contigo no telefone hoje, e estou até agora com a-quele sorriso colgate.
o bate-boca na igreja de hoje foi esse negócio de referendo do desarmamento. minha opinião? contra. ainda não matei minha primeira dúzia, e já querem me tirar esse direito? é ruim hein! o que vai ser do meu namoro?
o fuêda é que o nosso problema não é arma; como dizem, armas não matam pessoas, pessoas matam pessoas. 'vai se instalar uma cultura do terror, do homicídio'-como assim, instalar? agora somos a dinamarca? é o brazil, porra, caos urbano, a situação já tá desse jeito há muito tempo, e não é porque a classe média compra revólver com etiqueta! quem quer arma vai ter arma de qualquer jeito, usar faca, espetinho de churrasco, pedra, guarda-chuva, aí quero ver daqui a 25 anos o governo tentar distrair o povo com 'referendo sobre a proibição do comércio de cadeiras', porque a população é miserável e a coisa mais urgente do mundo é decidir se armas devem ser vendidas em lojas ou se vai ter que ser na esquina com o cara de boné vermelho. agora que os frigoríficos estão vazios, os ganchinhos de pendurar carne vão se tornar caso de segurança pública, como disse tia vânia. 'não' ou 'sim' estão longe de resolver nossos problemas, nossas carências que já deixaram de ser imediatas porque gente morrendo de fome ou morrendo de bala é a mesma coisa. é tudo claro: 'sim' aumenta o tráfico, fato indiscutível, que deve falar por si. 'oh, crianças que brincaram com armas e acabaram em tragédia' - tragédia é um policial explodir a cabeça de um civil em plena w3 norte. porque esse policial vai continuar com seu lustroso 38. crimes passionais? crianças mexendo com armas? brigas de gangues? de novo, não é comércio de armas, e sim falta de juízo, misturada com o comércio ilegal, e estado de calamidade social. precisamos de fiscalização, comida, emprego, saúde, educação, ah se o comércio de armas fosse o maior problema do brasileiro. então votemos tudo. inclusive pra tirar o lula do governo e legalizar a maconha em supermercados e lojas de conveniência.
isso tudo só pra não dizer que não tenho opinião. é patético, batido, mas é um sermão, como diz meu amado, e está fora de discussão.
não se discute com portadores da trissomia do 21
você tem um vestibular pra fazer em janeiro, e por que está aqui agora mesmo?
não é da sua conta. cale a boca, consciência idiota - você é paga pra pesar, e não pensar.