Thursday, June 19, 2008

fucinho de porco não é tomada

o neném tava chorando, como se tivessem arrancado o nariz dele com ferroadas de abelha. levei ele pro banheiro e abri a torneira, o barulho da água na teoria acalma o bichinho, como de fato acalmou.
até que passou ela, com a familia real na barriga, e veio reclamar, dizendo que a água do planeta estava acabando e não poderíamos nos dar a esse luxo de deixar torneira aberta por motivos fúteis.
e então quem ia precisar de barulho de água pra se acalmar era eu.
ainda vem e me faz o despropósito de terminar o balão de fala com um
não liga não, eu sou maluca né? coisa de doido isso

por que diabos vocês se acham tão especiais? essa cruz de oh-meu-deus-eu-sou-um-alien-por-querer-o-bem-da-humanidade-pobre-eu-tadinho-deu é mais ridícula do que baile de debutante. vão se foder. fazem isso por arrogância e prepotência, sem essa contusão de última pessoa sã da quermesse. eu entendo, de fato está acabando, apesar de as calotas polares estarem derretendo e, teoricamente, o nosso problema ser de falta de água é água potável tá, eu sei, eu sei, ainda assim meio paradoxal, o jornal das 8 escolhe qual vai ser nosso medo atual. só que o grande ponto da questão é: se fosse o mané do teu filho, você até despacharia baleia pro sea world, pra sobrar mais água pra ele. é fato, desperdício não tem mais lugar. mas desperdício é quando não vale a pena, é gasto sem finalidade - tem três dias que não tomo banho, aí, já paguei com certeza mais do que o quádruplo da água que eu gastei com o neném. tenta você diminuir o seu banho, tirar 5min do seu momento palmolive no chuveiro.
o bom de ler revista de psicologia é que você aprende uns nomes bacanas do tipo co-dependência. se eu entendi certo, é esse o nome que dá pra essa gentinha medíocre que leva o mundo nas costas. eu juro que apoio desenvolvimento sustentável, concordo que temos de assumir responsabilidade. mas interromper um momento de alívio pra um bichinho desdentado e me chamar a atenção no meu próprio reino, aí é caixão. ó, saiu no digg: vocês não valem um puto a mais do que um saco de cenouras.
e pra terminar, lugar de maluco é no hospício. o que tá fazendo do lado de fora?

Tuesday, June 17, 2008

e no início, fez-se a luz...

sempre que preciso de fuga eu fico no fundo da minha cabeça, com o frio cortando os dedos que sobraram pra fora do casaco, no alto do 6º andar de um prédio na vila clementino, ou morninha, deitada com ele no sofá com listras, entre as almofadas de cetim vermelho com bordados orientais cafonas, a cidade como um fluxo contínuo de luzes e pessoas e barulhos diferentes, e prédios altos correndo pela janela do carro, como se tivessem pressa pra voltar pra algum lugar, tudo bem, eu que não tinha. houve contratempos e inúmeras limitações, mas foi do jeito que tinha que ser, gracioso na medida do possível, leve, novo, refrescante. não se temeu o futuro até que ele de fato chegou, claro que não sabíamos o que ia acontecer depois que eu entrasse naquele avião, e isso incomodava mas não atrapalhava. hoje eu sinto aquele vento gelado da sacada batendo no meu rosto como se fosse um sopro de fôlego puro pra seguir sã e consciente. e à tudo que me levou àqueles momentos, eu não tenho como agradecer. são mais do que lembranças, são um banho de banheira onde a gente repousa como uma âncora, imerso em um fluido tão acolhedor, tão quente, tão plácido, e dali, daquele estado, não quer sair nunca mais. eu sou tão privilegiada.
claro que o tempo trouxe consistência, e mais momentos que sequer ouso descrever, pra não me dar ao trabalho de fracassar em mais uma coisa hoje, palavras seriam inúteis. o desfecho desse encontro se tornou a minha vida, pra resumir. mas o voodoo que esse primeiro encontro exerce em mim continua sendo um mistério.


...e Ele viu que era bom.

Sunday, June 15, 2008

Saturday, June 14, 2008

life is hard

ai merda, suei. vou ter que tomar banho hoje
:(

Monday, June 09, 2008

call me, bebeh

fácil de tocar e muito bonitinha: http://www.cifras.com.br/cifra/chris-montez/call-me

da ba da da ba da ba da

vou dormir pouco, mas feliz e completa. inúmeros motivos, mais de 2/3 deles estão em são paulo, reunidos numa só carne, só que nas últimas duas horas eu fiz descobertas que são daquelas que motivam roteiros cinematográficos e best sellers - eu descobri a furniture music e o nome de uma das músicas mais intrigantes que já ouvi, e que pensei que nunca ia ouvir de novo. no google a gente procura a música pela letra, e quando é instrumental? aí que tá o grande problema de nunca se arriscar: se eu tivesse procurado por "da ba da ba da ba da ba da ba" eu ia achar. e tem mais de 5 anos atrás dessa música, ela tava incomunicável no meu cérebro, não tinha como cantar, ninguém reconhecia, porque eu canto como unhas arrastadas numa lousa, e aquelas pessoas misericordiosas que diziam reconhecer, não sabiam o nome.
e foi hoje que um mundo novo se revelou pra mim: o maravilhoso mundo das músicas de elevador, das cocktail party songs and sing-a-long, que o cd vem grátis na compra de três pacotes de fralda geriátrica. eu não consigo me conter de alegria.
a dita música é essa aqui, trilha sonora dum filme francês (eu gosto do que eles fazem, não deles):


e outras recomendadas:







agora sim, eu já posso viver.

Saturday, June 07, 2008

Drink up baby, stay up all night
With the things you could do
You won't but you might
The potential you'll be that you'll never see
The promises you'll only make
Drink up with me now
And forget all about the pressure of days
Do what I say and I'll make you okay
And drive them away
The images stuck in your head

ouvir coisas como "eu daria tudo pra estar agora abraçadinho com minha namorada" e "melhor do que esse bombom, só um beijo da minha cocota" indicam que estou em boas companhias masculinas. amigos meus, namorados apaixonados e confessos - nem lésbicas conseguem ser that sentimental, ou melhor, tão honestas. e é bom, muito bom, sinal de evolução. geralmente de amigos e colegas você ouve "ahh não aguento mais aquela vagabunda no meu pé". eu gosto de pessoas que entendem que namorar à distância, se vendo de 15 em 15 dias, é uma tortura, não um luxo.

Sunday, June 01, 2008

a tv digital, com 140 canais

aah a tv digital, com 140 canais, chegou na minha casa.
e eu fico inutilizável. não consigo ler nada que não esteja se mexendo ou emoldurado com um retângulo azul, que nem o da descrição do canal. e eu sou inútil. eu não consigo nem ser legal com meu namoradinho, desanuviar os dias ruinzinhos dele, fazer meu papel de garota. nem consigo cuidar da minha vida e fazer o que eu deveria, tenho que salvar o mundo das cáries e não fiz nada.
a tv digital, com 140 canais, não comprou minha frustração.
quando o cara fez um filme e diz que o filme é pessoal, é sobre uma situação que a família dele vivenciou, pode apostar: é uma bosta. só ele entende.